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Sonetos: Mal Secreto | Uma Poesia de Amor

Sonetos: Mal Secreto

Mal Secreto
sonetos
Raimundo Correia 
 
Se a cólera que espuma, a dor que mora
N’alma, e destrói cada ilusão que nasce,
Tudo o que punge, tudo o que devora
O coração, no rosto se estampasse;

Se se pudesse o espírito que chora
Ver através da máscara da face,
Quanta gente, talvez, que inveja agora
 Nos causa, então piedade nos causasse!

Quanta gente que ri, talvez, consigo
 

Guarda um atroz, recôndito inimigo, 
Como invisível chaga cancerosa!

Quanta gente que ri, talvez existe,
 

Cuja a ventura única consiste 
Em parecer aos outros venturosa!

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